5 de novembro de 2009

O 11º MANDAMENTO: NUNCA SERÁS APANHADO.


Se infringires este mandamento, incorres em pecado mortal. A não ser que tenhas acumulado tanta porcaria sobre os outros que o sistema seja forçado pelos teus cúmplices a impunir-te, a ilibar-te, a reabilitar-te, a indemnizar-te e a premiar-te. Mesmo assim, os teus cúmplices jamais poderão defender-te publicamente.
A regra número um dos criminosos é: cada um por si. Somente podem pressionar na sombra os dirigentes judiciais para que sejas solto, te retirem o estigma de arguido, as provas sejam anuladas; e, se não conseguirem retirar-te o estatuto de arguido, que não sejas acusado; se fores acusado, não sejas pronunciado; se fores pronunciado, não sejas punido na primeira instância; se fores punido na primeira, não sejas na segunda; se fores na segunda, não sejas na terceira; se fores na terceira, não sejas na quarta; se fores na quarta, faremos uma lei especial para te safar.
E os magistrados que ousarem desafiar a ordem de impunidade serão exemplarmente castigados, desterrados e saneados, para pedagogia dos restantes.

Diz o povo que o dinheiro não tem chocalho. Mas as vacas sagradas têm. Quando as vacas sagradas põem a pata na lama podem manter a imunidade penal, mas o chocalho do enriquecimento ilícito à custa do povo nunca as largará, como eco persistente dos seus mugidos artificiais que cobrem os crimes com juras de honestidade. Pode até o povo, em época de degenerescência moral, colocar o interesse pessoal (o salário, a pensão, o subsídio) à frente do interesse social (o desenvolvimento comunitário e os costumes), tapar o nariz e decidir a sua cruz...
Todavia, jamais cicatrizará na espádua da vaca sagrada o estigma da corrupção.

O povo não valida a teoria da impunidade. O povo não aceita, mas não tem voto na matéria penal. Esse é um tema reservado aos sábios da teoria da impunidade e aos políticos que legislam para si próprios. Então, face ao sistema viciado, e a todas as campanhas mediáticas de impunidade que o poder monta, resta a divulgação dos factos - crus, exactos e precisos -, por todos os meios possíveis, para que cada cidadão avalie, se pronuncie e, com base em toda a evidência e responsabilidade, se manifeste e vote.
Neste sistema não há outra solução viável.

OU HÁ?

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