18 de janeiro de 2010

SÓCRATES: O FIM, LISBOA UMA PRAIA DE MADRID OU COMO O PEIXE APODRECE PELA CABEÇA...


«Os tempos de Sócrates estão a acabar, esgotados, encurralados, perdidos na nuvem de arrogância do "animal feroz", na amoralidade da sua política, na mentira total em que transformou toda a actividade governativa, na impotência face a uma crise nacional que agravou e uma crise internacional que ignorou, adiou e, por isso mesmo, também agravou.
(...) E quanto mais Sócrates se enterra na negação do real, mais este lhe bate à porta. Até o próprio parece começar a aperceber-se disto, e a responder a este fim dos tempos numa fuga em frente obstinada, porque é da sua natureza, mas confusa e caótica. Já toda a gente percebeu tudo isto menos os intelectuais orgânicos "socráticos", um conjunto modernaço de gente que tem o coração no Bloco de Esquerda, mas a carteira no PS, ou melhor, no gabinete do primeiro-ministro. Gente que pouco preza a liberdade mas que tem acima de tudo um enorme fascínio pelo poder como ele se exerce nos dias de hoje, entre o culto da imagem, o pedantismo das causas "fracturantes", o vanguardismo social, o "diabo que veste Prada" ou Armani, e o "departamento dos truques sujos" à Richard Nixon, tudo adaptado à mediania provinciana da capital. A ascensão ao poder de uma geração de diletantes embevecidos com os gadgets, pensando em soundbites, muito ignorantes e completamente amorais, que se promovem uns aos outros e geram uma política de terra queimada à sua volta, é a entourance que o "socratismo" criou e vai deixar órfã.»
(...) Não sei se isto vai acabar com um bang ou com um ping, mas que já está no fim tenho poucas dúvidas. Isso não significa que todos os dias esta degenerescência do pensamento no poder não faça os seus estragos. Em que país um ministro das Obras Públicas pode pensar com esta superficialidade assustadora sobre os méritos de um TGV que era para nos unir à Europa e vai ficar em Madrid? Veja-se frase toda:
"Lisboa pode-se transformar, por exemplo, na praia de Madrid, em termos de condições turísticas, as condições que nós temos para desportos novos como o surf ou se nós pensarmos na articulação que Lisboa pode ter com Setúbal, com Cascais, com Sintra."
Não há uma ideia certa , desde a "praia de Madrid", aos "desportos novos como o surf", à "articulação que Lisboa pode ter com Setúbal, com Cascais, com Sintra". É tudo asneira.
(...) Exemplos sobre exemplos desta degenerescência aparecem todos os dias. Já não são bonitos de se ver os tempos da crise do "socratismo", mais ainda vão ser piores os tempos da queda do "socratismo". Claro que isto é tudo a superfície efémera. O fundo é a perda de competitividade da economia portuguesa, o défice descontrolado, a dívida que ninguém sabe como vai ser paga, o desemprego e o empobrecimento dos portugueses, o país cada vez mais longe da Europa. Mas a superfície traduz um ambiente, uma ecologia, um "estado" de podridão. Na verdade, como a sabedoria popular dos provérbios afirma, o peixe apodrece pela cabeça.» ABRUPTO 17-01-2010  imagem UM HOMEM DAS CIDADES

AI  ALGARVE, ALGARVE, QUANTO TEMPO MAIS ?...

Sem comentários:

Enviar um comentário

PARTICIPE COM OS SEUS COMENTÁRIOS
(se desejar participar neste blog como membro envie uma mensagem para blagosfera@gmail.com )