1 de fevereiro de 2010

A "DEMOCRACIA PORTUGUESA"...E A COLUNA DE OPINIÃO DE MÁRIO CRESPO "SILENCIADA" NO JN A PARTIR DE HOJE

«O jornalista Mário Crespo vai abandonar a sua colaboração como colunista no Jornal de Notícias, depois de ter sido informado que a sua coluna semanal de opinião – onde revelava conversas hostis de membros do Governo - não ia ser hoje publicada no jornal.» JORNAL DE NEGÓCIOS 01-02-2010
«O jornalista da SIC Mário Crespo denunciou esta segunda-feira uma alegada conversa entre José Sócrates, Pedro Silva Pereira, Jorge Lacão e um executivo de televisão que não identifica, tendo o seu nome como alvo.O jornalista anuncia no artigo publicado no site do Instituto Francisco Sá Carneiro, uma alegada conversa entre o primeiro-ministro, o ministro de Estado, o ministro dos Assuntos Parlamentares e um executivo de televisão num restaurante em Lisboa, durante a qual Mário Crespo terá sido alvo de várias criticas.
Mário Crespo refere que na conversa foi alvo de crítica e referenciado como «mais um problema que tem de ser solucionado», sendo considerado como «um profissional impreparado» e «referenciado como sendo mentalmente débil» e a necessidade de «ir para o manicómio».
De acordo com Mário Crespo a conversa entre José Sócrates, Pedro Silva Pereira, Jorge Lacão e um executivo de televisão foi «claramente ouvida nas mesas em redor» e que lhe chegou aos ouvidos por várias fontes.
O artigo afirma que «em 2010 o primeiro-ministro já não tem tantos ´problemas´ nos media como tinha em 2009. O ´problema´ Manuela Moura Guedes desapareceu. O problema José Eduardo Moniz foi ´solucionado´. O Jornal de Sexta da TVI passou a ser um jornal à sexta-feira e deixou de ser ´um problema´. Foi-se o ´problema´ que era o director do PÚBLICO.». FÁBRICA DE CONTEÚDOS 01-02-2010 
«(...) Agora, que o “problema” Marcelo Rebelo de Sousa começou a ser resolvido na RTP, o Primeiro Ministro de Portugal, o Ministro de Estado e o Ministro dos Assuntos Parlamentares que tem a tutela da comunicação social abordam com um experiente executivo de TV, em dia de Orçamento, mais “um problema que tem que ser solucionado”. Eu. Que pervertido sentido de Estado. Que perigosa palhaçada.» IFSC 01-02-2010
QUEM É MÁRIO CRESPO
«Mário Crespo nasceu em Coimbra, foi para Moçambique ainda criança e o seu primeiro contacto com a informação foi no gabinete de imprensa militar do Comando-em-Chefe português naquela ex-colónia, em 1972.
Hoje tem 58 anos e apresenta o jornal das “Nove” na SIC-Notícias.
Mário Crespo passou sete anos que “valem toda uma vida profissional” nos Estados Unidos e continua a ser o único correspondente da RTP alguma vez acreditado na Casa Branca.
(...) Convidado pela CNN para comentar a situação timorense pós-massacre, Mário Crespo disse que não acreditava que os Estados Unidos alterassem a sua posição enquanto os interesses indonésios fossem representados pela maior empresa de lobbying norte-americana, a Hill & Knowlton.
“Tive tempo para me meter no carro e ir para o escritório. Quando cheguei já estavam a ligar-me da empresa e não mais me largaram durante a crise de Timor”, disse, acrescentando que nesse período a Hill & Knowlton lhe enviou material que “dava para encher várias bibliotecas”, convidou-o para almoços num prestigiado clube de imprensa de Washington para lhe “explicar a situação” e marcou-lhe encontros com entidades indonésias, entre outras acções.
“Tive um curso completo de Indonésia”, afirmou, adiantando que a “pressão era sistemática”.
».
fonte: Revista das cadeiras do atelier de jornalismo e cyberjornalismo da FCSH-UNL

2 comentários:

  1. Mário Crespo encrespou-se, e passou das ideias às palavras crispadas, verbalizando toda a crispação que este clima de podridão estava a espalhar, diariamente, em mancha de óleo, sobre toda uma sociedade traumatizada, amordaçada e silenciada, o Portugal do início do séc. XXI.
    Silva Pereira, Jorge Lacão, Augusto Santos Silva e outros quejandos fazem-nos lembrar a Chicago dos Anos XX. É verdade que, quanto a esses, compraram, mataram, e chegaram a viver num esplendor do Negativo, que fascinava toda uma sociedade, siderada, pela impunidade das atividades do Grupo.
    100 anos são quase passados sobre essa porcaria.
    Essas Bonnies and Clydes acabaram com um tiro na testa, quando as gentes deles se fartaram. José Sócrates quer enterrar consigo o Regime, e é lícito, já que os 100 anos de desastre da República talvez o mereçam.
    Ouvir, ontem, Cavaco Silva, um ignaro da província, citar Guerra Junqueiro, que, se fosse vivo, o teria cilindrado em meia dúzia de quadras, foi, para mim, outro paroxismo do grau de invalidez da Coisa Pública.
    Mário Crespo é apenas mais um episódio. Acontece que há certas gotas que fazem transbordar o copo de vez.
    Por mim, podia ser já hoje.
    DEMOCRACIA EM PORTUGAL
    http://democraciaemportugal.blogspot.com/2010/02/mario-crespo-novel-efigie-do-nosso.html

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  2. DEPLORÁVEL
    É o que apetece dizer de uma situação destas.
    Trata-se de um profissional com um estilo próprio e muito diferente, provavelmente herdado dos muitos anos que passou pelos EUA.
    Gosto de o ouvir e de o ler.
    Nas entrevistas faz as perguntas pertinentes e desconfortáveis.
    Uns dirão que se perde um pouco nas suas próprias considerações, mas ainda assim tem conseguido vingar num meio que pauta muito pelo amorfo e pelo politicamente correcto.
    Espero que isto lhe dê ainda mais coragem para afrontar, mas que não caia na tentação de criar um antagonismo que o desacredite demais, à semelhança daquilo que o ódio exacerbado fez com Manuela Moura Guedes.
    Quanto ao nosso PM, nunca, tanto como agora, deixou passar a imagem de que afinal o poder inebria mesmo.
    E o mais incrível é que, sabendo que está referenciado com este tipo de comportamento, continua na sua senda de "limpeza" selectiva.
    Os baixos índices de popularidade começam sem dúvida a afectar José Sócrates.
    (comentário JCCC no Expresso online)

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