15 de novembro de 2010

MEMÓRIA DO PROF. CAVACO SILVA

«Ainda estava no primeiro ano do curso de Finanças, Cavaco Silva sentiu-se iluminado por uma grande certeza: julgou ter encontrado um esquema infalível para acertar na chave do Totobola. As dúvidas com que os colegas de curso receberam a descoberta não o demoveram. Aníbal estava determinado em provar que não estava enganado. Ganhou três contos, o que na época correspondia a dois meses de salário de um funcionário público de topo. Mas ao fim de meses de apostas perdeu o que ganhou – e desistiu.
(...)
Francisco Sá Carneiro, líder do PPD, vencedor das eleições legislativas de 1979, forma o VI Governo Constitucional – e, por sugestão de Loureiro Borges, vice-governador do Banco de Portugal, convida-o para ministro das Finanças e do Plano. É nesta altura que Cavaco Silva sente na pele a truculência do general Carlos Azeredo – por carta. O cabo de guerra escreve-lhe a desancá-lo pela escassez de dinheiro para investir na modernização das Forças Armadas. Mas o que mais incomodou Cavaco foi o último parágrafo da carta: “Saiba você que o material mais novo do Exército é o meu cavalo – e mesmo esse já tem 20 anos”.
O ministro tomou isto como uma ofensa. Mais tarde, já como primeiro-ministro e com Mário Soares em Belém, Cavaco Silva cruza-se com o general, chefe da Casa Militar do Presidente. Azeredo diverte-se com provocações. Ao ponto de Cavaco queixar-se a Soares das “inconveniências” do general.»
CM 23-01-2006

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