27 de dezembro de 2009

REPÚBLICA OU MONARQUIA: D. DUARTE PRESIDENTE ?


Excerto de uma entrevista de Paulo Teixeira Pinto no DN de hoje :
«A sua actuação pública dos últimos meses tem sido muito vigorosa no campo monárquico. Ainda se justifica lutar para que o rei regresse ao poder em Portugal?
Eu faço-o, e todos aqueles que o fazem certamente têm a mesma posição. Não por uma questão de tradição ou de interesse - porque não há aqui conveniência alguma -, mas por uma questão de convicção. Nem por um juízo de probabilidade, por acharmos que é possível a curto prazo ou que vai ser provável, mas por nos mantermos fiéis ao princípio de convicção, que é aquilo que nos une. E não há que ter vergonha no facto de nos orgulharmos de defender uma instituição que foi representação do Estado português durante quase 800 anos.
Mesmo na véspera do ano em que se comemora o centenário da república?
Este próximo ano é especial para nós porque representa um estímulo adicional de firmação do legado português consubstanciado na instituição régia. Não estou a falar de nobreza, de aristocracia ou de outras figuras, mas apenas do rei e da sua vinculação ao povo. E cem anos de república, mesmo quando se oblitera uma II República, que retira a razão para falar em centenário, não creio que possam orgulhar especialmente Portugal. Não tenho uma visão dicotómica, ou seja, que o período da república é mau e o da monarquia, positivo. Também houve muitas manchas negras na monarquia e muitas positivas na república. A afirmação da instituição real tem a ver com uma questão histórica e de Portugal ser uma construção real.
Conquistar adeptos para a monarquia não é actividade fácil em pleno século XXI?
Gostava de sublinhar a atenção para aquilo que se tem verificado nas últimas manifestações públicas monárquicas: um número crescente de pessoas a participar e sobretudo de jovens.
Acredita que os portugueses ainda se revêem nos ideais monárquicos?
Gostava que isso fosse perguntado aos portugueses e que ninguém respondesse por eles.
Sugere um referendo?
Sugiro que seja feito um referendo à república, e não à monarquia. Porque a república foi implantada de uma forma não democrática, como todos têm presente historicamente. O que deveria ser referendado era a república, e não a restauração da monarquia. Por outro lado, vejo a crescente empatia com que o Sr. D. Duarte é recebido em todas as povoações que visita em Portugal: no interior e no litoral, a norte ou a sul. É recebido não apenas com simpatia mas com entusiasmo convincente.
Quem não está no poder tem sempre a vida facilitada. É o caso do Sr. D. Duarte?
Não é uma questão de poder apenas, mas acho que a vantagem está sempre com quem detém o poder.
A convocação de um referendo sobre a república seria uma situação muito perigosa?
Perigosa? Julgo que não. Complexa, seguramente que é, como acontece sempre que se põe em causa um ditame de uma geração para todas as futuras. Sempre que uma geração advoga a arrogância de poder ditar para todas as demais o que vão ser, normalmente o resultado não é bom. E a geração de 1976 (a que aprovou a última Constituição) entendeu que podia ditar para a eternidade, que não se voltaria a falar de república ou de monarquia. Porém, mais de 30 anos depois, existem monárquicos. E muitos com menos de 30 anos.»

O QUE  IMPEDE  UM CIDADÃO COMO O SENHOR D. DUARTE DE APRESENTAR A SUA CANDIDATURA À PRESIDÊNCIA DA REPÚBLICA? OBVIAMENTE... NADA!




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