22 de fevereiro de 2010

VAMOS LÁ PARAR COM AS BABOSEIRAS E PÔR A DISCUSSÃO NO PATAMAR DAS IDEIAS.

«Repete as palavras 'cidadãos' e 'cidadania' em quase todas as respostas: foi pelos portugueses que o médico Fernando Nobre decidiu avançar com a candidatura a Belém, rejeitando "enfeudar-se" a partidos políticos. Abdica da imagem de "herói" que poderia ter daqui a dez anos, se não se envolvesse agora na corrida à Presidência da República. Mas recusa ficar na "retaguarda" da "crítica fácil". "Não quero acomodar-me. Se vencer venci, se perder perdi." defende. Quanto à divisão da esquerda, é claro: tem um projecto de união que não conhece cores políticas. Além disso, diz ser "o único candidato" já assumido. 
(...) 
Eu quis fazer uma declaração de candidatura, quando muitos me aconselharam a "manifestar disponibilidade". Mas não sou pessoa de tactear: ou avanço ou não avanço. Só quem não me conhece pensa que posso desistir. Muito menos num projecto em que está em causa a dignidade do país e a minha dignidade e coerência. Este processo é para ir até ao fim e para ganhar. Posso perder, mas vou para ganhar. 
(...)
A democracia representativa é o menos mau de todos os sistemas, mas isso quer também dizer que a democracia é perfectível com uma componente de democracia participativa, de auscultação da população em debates importantes. Não quer dizer que tenhamos de chamar os cidadãos todos os meses, mas nos assuntos relevantes do Estado, não há que ter medo. Caso contrário, continuamos a olhar para eles como uma massa amorfa, uma carneirada que só dá o seu parecer de quatro em quatro anos
(...)
As revoluções muitas vezes são autofágicas. Eu sou por um processo de mudança, de transformação, mas não de revolução. Agora, para que as ditas revoluções violentas não aconteçam, é preciso pugnar por um processo inclusivo mais forte. O país está num processo que pode tornar-se complicado, com os níveis de pobreza, desemprego, défice externo e endividamento das famílias que atingimos. Os desafios que se avizinham vão possivelmente agravar esses perigos, portanto chegou o momento de Portugal conseguir uma união de projectos e causas nacionais. É um processo de salvaguarda de um país com 900 anos de História, para que não se continuem a ouvir as vozes que dizem que Portugal não tem futuro e que o melhor que lhe pode acontecer é ser integrado na Espanha. Não! Nisso sou muito patriota. 
(...)
Na altura certa as pessoas saberão quem faz parte da minha comissão e quem são os meus mandatários. Quero incluir toda a gente num projecto nacional. Não estou aqui para dividir entre esquerda, centro e direita. Isso não me interessa. Eu vou por valores. Há muita gente que ainda não entendeu que já ninguém acredita nessas coisas da direita e da esquerda: acreditam em valores, em pessoas com carácter e com coluna vertebral.
(...) não estou aqui para dividir a esquerda, o centro ou a direita. Não vou voltar a responder a essas perguntas sobre as interferências de A, B ou C, ou dos apoios de Soares. Quero é discutir projectos e ideias para o país. Estou aqui para assumir as minhas responsabilidades pelo país que amo. Não estou aqui para pedir apoios de partidos. Peço o apoio dos cidadãos, pertençam eles a que partidos pertencerem. 
(...)
Eu quero é que se discutam projectos para Portugal. Se não vencer, que vença alguém com um projecto que possa mobilizar Portugal. Demonstrem-me isso. Quanto ao resto, todos os disparates são permitidos e até já ouvi umas bocas sobre não ser português, por ter nascido em Angola. Eu nasci português e sempre tive bilhete de nacionalidade português desde o meu nascimento. Vamos lá parar com as baboseiras e pôr a discussão no patamar das ideias. Eu ando desde que nasci em países onde há muitos mosquitos. Picadelas de mosquitos não me importunam. Eu só reagirei se for mordido por um crocodilo. » iOnline 22-02-2010

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