18 de abril de 2010

CAVACO SILVA E A DIPLOMACIA ECONÓMICA


Perante a crise das cinzas vulcânicas que paralisa grande parte do espaço aéreo da Europa, o Presidente da República Portuguesa optou por viajar por terra para Estrasburgo e dali para Barcelona, de onde voará para Lisboa.
Pena que não tenha decidido optar por uma deslocação mais curta, de Praga a Cracóvia,  de modo a marcar a presença de Portugal num momento de raro significado para a Europa: as cerimónias fúnebres do Presidente da Polónia, Lech Kaczyński falecido num catastrófico acidente aéreo. Recordando: o casal presidencial polaco viajava entre os passageiros e tripulação do avião que se despenhou perto da ocidental cidade russa de Smolensk. A delegação de alto nível seguia o seu caminho para Katyn, uma área florestal perto da fronteira russa-bielorussa para render homenagem a cerca de 21.000 oficiais, cidadãos e políticos polacos assassinados pela polícia secreta soviética durante a 2ª Grande Guerra Mundial. Exactamente no dia em que passavam 70 anos sobre aquela trágica data e em que estariam presentes as autoridades políticas e militares de topo da actual Federação Russa.

Já para não falar na defesa da Paz na Europa ou na forte presença empresarial portuguesa na Polónia, o facto de este país assumir a presidência da União Europeia em breve e, acima de tudo, marcar a presença de Portugal ao mais alto nível num raríssimo momento de enorme dôr mas também de fortíssimo significado político, tanto para polacos como para russos, quanto à mais que provável dinamização das relações de um estado membro da União Europeia com a Federação Russa assim o exigiam.
Uma lamentável decisão do Presidente Cavaco Silva, uma vez mais... por omissão.
Bom regresso a casa.

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