10 de maio de 2010

A BANCARROTA DA ECONOMIA DA MEZINHA

«Tenho insistido que importa perceber a noção de bancarrota. Um país da Zona Euro não deixa de pagar (não chega ao default) porque beneficia da protecção das instâncias comunitárias, dos outros países do euro e do FMI, pois se essas instâncias deixassem que isso acontecesse, era o próprio euro e o sistema monetário internacional que ficavam em causa. Não haverá, portanto, aqui uma Argentina que na ressaca da dolarização da sua economia, decretou uma moratória no pagamento da dívida e limitou os levantamentos bancários a 700 dólares. Bancarrota é Portugal declarar a sua incapacidade à União Europeia e ao FMI de cumprir o pagamento da dívida se não beneficiar da caridade deles com empréstimos de favor. É essa declaração formal que eu creio que o primeiro-ministro fez aos seus colegas da União Europeia durante este fim de semana.  

Nas circunstâncias aflitivas do défice e da dívida pública portugueses (que ninguém acredita tenham o valor que o Governo indica), o Estado não tem condição de suportar o pagamento deste nível de juros, e dos juros que aí vêm, pois cada vez mais os investidores reclamarão um juro maior para emprestarem dinheiro a Portugal. E, de acordo com informação de 14 de Abril de 2010, o Estado português precisa de cerca de 20 mil milhões de euros até final do ano para pagar juros e cupões de obrigações.

Este é o diagnóstico da situação actual. Nem é preciso vir o Prof. Paul Krugman explicar no seu post, de 7-5-2010, «O Nao» (sic) - citado pelo Jornal de Negócios: «Portugal não está bem: as taxas de juro estão onde a Grécia estava apenas há poucas semanas».

O fim da Economia da Mezinha, uma adaptação socratina da voodoo economics. A bancarrota.
» A. B. CALDEIRA 9-05-2010 (ler post completo)

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