28 de novembro de 2009

É IMPOSSÍVEL SERVIR O ALGARVE E LISBOA AO MESMO TEMPO.


Bandeira armorial e divisa pessoal do Infante D. Henrique

1. Desemprego no Algarve atinge nível de “tragédia”
«Dados disponibilizados pelo IEFP e relativos ao desemprego no Algarve no mês de Outubro indicam existiam 20238 desempregados. É o pior registo oficial no mês de Outubro nos últimos vinte anos. 
Para a União dos Sindicatos do Algarve (USA) trata-se de “uma tragédia social que importa inverter“.“Há mais 9086 desempregados do que havia no mesmo mês do ano anterior, o que corresponde ao maior crescimento absoluto desde 1990”.»
A USA salienta que a “não serem adoptadas medidas urgentes, a região sujeita-se ao agravar da crise, ao crescimento do desemprego para valores nunca atingidos, à deterioração da situação social e ao aumento da pobreza e da exclusão social”. » REGIÃO SUL 27-11-2009

2. Governador Civil de Faro presidiu ao último acto oficial
«O Governador Civil de Faro, Carlos Silva Gomes, deslocou-se hoje aos Estabelecimentos Prisionais Regionais de Faro e de Olhão para entregar equipamentos de apoio didáctico destinados às actividades escolares e acções de formação. 
(...) Neste último acto a que presidiu como governador, Silva Gomes entregou um televisor, um leitor de DVD e um vídeo projector multimédia, disponibilizados no âmbito da colaboração que tem vindo a ser prestada pelo Governo Civil de Faro às estruturas da Direcção Geral dos Serviços Prisionais.»
(...)“Todas as medidas que visem a reintegração de pessoas na sociedade são válidas, pois permitem criar mais justiça social através da promoção de novas oportunidades de vida e, consequentemente, fortalecer o combate à exclusão social, bem como a todos os fenómenos que lhe estão associados”, sublinhou.» REGIÃO SUL 27-11-2009

O Desemprego no Algarve não é o registado é maior, como em qualquer outra realidade geográfica. Mas é uma consequência e não uma causa. É sobre estas que é urgente agir. E não apenas reagir caritativamente como se de um fenómeno meteorológico se tratasse.
É por isso que é muito importante e urgente reflectir seriamente na relação da grave e dramática realidade do Desemprego com a inexistência de uma Regionalização assumida para o nosso Algarve. Livres das teias do clubismo político e até de outro género menos visível ou evidente.

Alguém uma vez disse que «pedir a reforma do sistema político aos políticos não seria muito diferente de pedir a reforma do sistema prisional aos reclusos.»
Mas haja esperança para a Regionalização do Algarve. Não pelas promessas de Lisboa, mas porque existe pelo menos um militar, algarvio de adopção, que assumiu publicamente na sua comunicação de despedida do seu curtíssimo mandato como Governador Civil de Faro o seu estatuto de cidadania para o exercício do seu serviço público político. Apesar de ser um distinto militar, oficial da GNR.
Os imperativos nacionais só sobreviverão se forem assumidos politicamente os imperativos regionais.
Esta é uma das chaves da recuperação de Portugal. Tão rapidamente ou tão proactivamente quanto maior ainda venha a ser a degradação financeira, social e política do país. Nota-se já uma perigosa e subversiva mutação nas inércias permanentes quanto à regionalização. Que visam garantir o impossível: a manutenção dos interesses estruturais ocultos do centralismo político português e dos seus protagonistas, castrador do desenvolvimento dos potenciais regionais que não conhece, ou com os quais contacta através dos mais assumidos e evidentes herdeiros do distante caciquismo progressivamente reinstalado.
Afinal que esperam os algarvios de origem que vivem na região e fora dela para intervir pública por uma regionalização 'politicamente autónoma' ou 'administrativa submissa' da sua terra, independentemente do processo nacional a seguir e do seu estatuto profissional impedir ou não a sua participação cívica como Cidadãos?
Também esta é uma missão de serviço público. Inadiável para a sobrevivência da Democracia e para a qual todos os Cidadãos do Algarve se sentem crescentemente interpelados pela sua realidade diária, independentemente de serem protagonistas públicos, visíveis ou não nos media.
Parafraseando o militar Governador Civil cessante (sobre tema conexo: segurança), também esta é uma missão «que importa assumir com seriedade, deixando de uma vez por todas de constituir terreno apetecível para protagonismos, para aproveitamentos político-partidários.»
É do interesse nacional que se trata.
É IMPOSSÍVEL SERVIR O ALGARVE E LISBOA SIMULTÂNEAMENTE.

2 comentários:

  1. "Simultaneamente", como qualquer palavra terminada em "mente", não leva acento.

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  2. Que bem, é como a nossa Democracia: costumava levar votos, mas cada vez leva menos, leva é mais abstenção. Só falta cairem as cedilhas e os tiles...
    Uma pergunta: e leva para onde, o acentinho circunflexo?

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