7 de março de 2010

AS ESCUTAS, A JUSTIÇA E OS PARTIDOS

«A tranquilidade com que o legislador previu um regime especial para as escutas ao primeiro-ministro era de muito mau agouro. Parecia prever que iríamos ter primeiros-ministros que iriam estar, mais tarde ou mais cedo, embrulhados nas malhas de uma qualquer escuta.
O pior é que acertaram. Mas se perguntarmos quem é que deve escutar o primeiro-ministro a resposta só pode ser: ninguém. 
(...)Não temos ainda em Portugal o sistema de vetting ou de investigação para quem vai assumir altos cargos. Mas nos partidos políticos sabe-se tudo de toda agente. De onde se veio e o que é que se fez. Que esqueletos é que podem sair dos armários.
Ao que parece estamos tão mal que coisas que em tempos normais seriam impeditivas já não são. Mas se assim é não se queixem das consequências.
(...)A solução está por isso antes da justiça e dentro dos partidos: o que nos vão propor, quem é que vamos escolher. Quando os aparelhos partidários estão tão apodrecidos que já não conseguem distinguir entre quem podem e quem não podem colocar em certos lugares, não há regime legal de escutas que nos valha.
NB: O silêncio conivente e envergonhado de Manuel Alegre a respeito da 'Face Oculta' é de uma grande eloquência. Ficamos a saber qual é o PS cujo apoio ele pretende.» J.L.SALDANHA 6-03-2010


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